quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Quarta semana do Clube da Cena no Teatro das Artes

Mais um dia de Clube da Cena no Teatro das Artes.

Abaixo, imagens das cenas que foram apresentadas na segunda, dia 22/11. Fotos Bárbara Campos.

As Generosas. Texto de Cristina Fagundes
Com Mariana Costa Pinto e Cristina Fagundes
Participações: Bia Junqueira e Pia Manfroni
Direção: Luís Carlos Nem


Encontro Feliz. Texto de Renata Mizrahi
Com Cláudio Amado e Mariana Santos
Participação: Ivan Fernandes
Direção: Wendell Bendelack

As Cegonhas. Texto de Jô Bilac
Com Bia Guedes, Ana Carolina Sauwen e participações especiais
Direção Cacau Berredo

Fantasias. Texto de Larissa Câmara
Com Zé Guilherme Guimarães e Pia Manfroni
Direção Michel Bercovitch

Partido do Tesão Proibido. Texto de Diego Molina
Com Alexandre Barros, João Rodrigo Ostrower e participações especiais
Direção do grupo

Saindo do Armário. Texto de Ivan Fernandes
Com  Alex Nader, Marcelo Gonçalves e participações especiais
Direção Luiz Otávio Talu

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Abaixo os textos e vídeos das cenas que foram mais votadas pelo público

AS GENEROSAS                                                                                        
de Cristina Fagundes 

Duas mulheres conversam, uma mulher mais velha está jogando paciência num lugar mais distante do palco.
SABRINA –  Cinco anos fora!  Nem dá pra acreditar que você tá voltando pro Brasil!
BETINA – Que maravilha né? Tava morrendo de saudade! E o Pierre  tá super feliz com a idéia também. 
SABRINA – Quando é que ele chega?
BETINA -  Terça-feira.  Ele teve que ficar lá pra terminar de organizar a nossa mudança porque agora a gente tá vindo de vez né?  É coisa pra caramba!
SABRINA -  Que bom minha irmã. Que bom!
BETINA – Mas e você, o que que você andou aprontando neste tempo que eu fiquei fora?  Algum namorado?
SABRINA  – Que nada, você não sabe como tá difícil conseguir homem aqui no Rio de Janeiro.  E quem arruma namorado segura com unhas e dentes.
BETINA – Jura?
SABRINA – Tranca em casa e tudo!
BETINA: Mas que coisa? Então você continua sozinha?
SABRINA – Quase sempre.
BETINA -  Vou te emprestar o meu marido então.
SABRINA – Me emprestar o Pierre?
BETINA -  Que que tem?  Você não tá sozinha?
SABRINA -  Tô mas...
BETINA – Então? Fica com o Pierre.
SABRINA -  É muita generosidade sua minha irmã, mas... eu não  posso aceitar o seu marido.
BETINA: Por que não? 
SABRINA: (chama a mulher que tá jogando paciência do outro lado do palco) Mamãe!   Mamãe!
MÃE: Que é menina?
SABRINA – Mamãe, a Betina tá me oferecendo o marido dela de novo.
MÃE: (LAMENTA) Ai, logo agora que eu tava ganhando (ta falando do jogo de paciência – vai até as duas). É verdade isso Betina?
BETINA: É sim mamãe. 
MÃE: Por que que você insiste nisso Betina? Não vê que sua irmã não gosta do Pierre?
BETINA: Ah é? E eu posso saber por quê?
SABRINA: Ele é francês e francês não toma banho.
BETINA: Isso não é verdade. O Pierre é limpinho!
SABRINA: Duvido.  
BETINA: Te juro!
SABRINA: O Pierre fede a cebola!
BETINA: De onde você tirou isso Sabrina? Você já cheirou meu marido pra saber?
SABRINA: Não.
BETINA: Pois devia.
SABRINA: Mas eu já andei de metrô na  França e eu sei como os franceses fedem.
BETINA: Há franceses e franceses.  E o Pierre é um ótimo amante, você precisa ver!
SABRINA: Mas que coisa! Já falei que não quero.  
BETINA: (pra mãe) Viu como ela é? Eu aqui oferecendo meu marido na maior boa vontade e ela recusa. 
MÃE: É verdade Sabrina, isso é uma desfeita com a sua irmã. Uma desfeita!
BETINA: Isso não tá certo.
MÃE: Eu fico com o Pierre então.
BETINA: Você mamãe?
MÃE: È. Eu fico com ele.
BETINA: Mas...
MÃE: Eu acho o Pierre gostoso.
BETINA: Mas por que você não me falou isso mamãe?  Se eu soubesse eu já tinha teria te  oferecido ele antes.
MÃE: Ah, Betina, eu preferi dar a vez à sua irmã, afinal eu já sou casada.
SABRINA: Mas e o papai?
MÃE: Então. Tá com a vizinha. Ah, a Lourdes anda tão estressada com o marido dela, achei melhor emprestar seu pai pra ela por uns tempos sabe?
BETINA: Muito justo, mamãe, mas e você? Ficou sozinha?
MÃE: Não, de jeito nenhum, eu to passando uns dias com o marido da tia Lalinha.
BETINHA: o Rui?
MÃE: É.  Ela me emprestou ele durante a semana.
SABRINA: Nos finais de semana a Tia lalinha  manda ele pra vovó.
MÃE: Sua avó tá adorando o Rui.  Você precisa ver.
BETINA: E o vovô?
SABRINA: Tá com a Carmem. A empregada nova da vovó.    
MÃE: A Carmen tava muito triste porque perdeu o marido recentemente, daí sua avó cedeu o seu avô para Carmen por uns tempos. 
SABRINA: Vovó tem um coração de ouro.
MÃE: Todas na família são assim. Faça chuva ou faça sol, as Alcântara Machado  sempre são...
AS TRÊS: Generosas!
SABRINA: É de família!  
MÃE: É tradição!
BETINA: Ai, que bom mamãe, que bom que tá tudo bem... então eu acho que vou te emprestar o Pierre nos finais de semana tá? Pra senhora não ficar sozinha.
MÃE: Não, já sei!  Manda ele pra sua prima Mirtes, ela adora um gringo. Lembra quando ela e a irmã diviam aquele Tailandês?  Gente o homem era tão pequeninho!
SABRINA: Parecia um pigmeu!
MÃE: Mas bem que dava conta direitinho delas  duas.  Uma relação tão bonita... Nunca houve uma rixa entre elas!
BETINA: Mas como haveria? Elas também são Alcântara Machado mamãe.
Mãe: É verdade.
SABRINA:  Então Betina?  Por que você não empresta  o Pierre pra Mirtes?  Ela vai ficar feliz!  
BETINA: Boa idéia! O Pierre vai cair como uma luva pra Mirtes. Pronto! Acho que agora tá tudo organizado né? Ai que saudade de vocês, tão bom ter uma família bacana, tem gente que tem família tão desestruturada né? 
SABRINA: Você não vai mostrar pra gente os presentes que você trouxe?
BETINA: Ah, claro! Que cabeça a minha! Tem  cada coisa linda! Vem ver! (elas vão saindo)  Tem um vestido incrível do Marrocos! Eu acho que eu vou dá ele pra Mirtes, assim ela fica bem bonita pra quando eu apresentar o Pierre pra ela né?...  ( a música vai subindo – é como se elas fossem continuar conversando).
MÃE: Isso, minha filha! Bem pensado! Mas é curtinho? Ela tem que mostrar as pernas. A Mirtes tem as pernas lindas..  O Pierre vai adorar!
Fim

Clique no link para ver o resultado da cena!


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SAINDO DO ARMÁRIO

De Ivan Fernandes

Dentro de um armário. Um padre está pacientemente sentado, ouvindo gemidos difusos de uma trepada que se desenrola fora do armário, ou seja, fora de cena. De repente, uma campainha. Silêncio. O padre aguça o ouvido. Um homem só de toalha é arremessado pra dentro do armário. Os dois se olham, surpresos, por um momento.

H – Padre... o que o senhor está fazendo aqui?

PA – Ah, meu filho, estou aqui desde de manhã... vim pedir uma contribuição pra quermesse da paróquia, deu nisso.

H – Ué, e agora o padre tá procurando fundos pra quermesse no fundo do armário dos outros, é? Isso é natural?

PA - Perfeitamente natural. Os lugares menos recomendados são os que mais necessitam da presença da religião. Sempre há ovelhas desgarradas...O que não é natural é o senhor se escondendo aqui nesses trajes.

H – Bom, é que eu tava... tava...

PA – Homem, o que você tava fazendo eu ouvi, só não entendo porque correu pra cá.

H – É que o marido chegou.

PA – Você não é o marido não?

H – Eu não. Sou o amigo, vim procurar por ele, deu nisso.

PA – Vixe.

(os gemidos recomeçam.)

PA – Pelo jeito vai demorar. É melhor o senhor arranjar lugar.

(se acomodam. Ficam ouvindo. Campainha. Os gemidos param de repente. Eles aguçam o ouvido. Um entregador, com capacete e embalagem de pizza, é arremessado pra dentro do armário. Da cintura pra baixo, está só de toalha.)

PA – E você, quem é, meu filho?

E – Só vim entregar uma família meio calabresa meio portuguesa. Não tinha troco. Deu nisso.

H – Ah, foi por isso então que ela fez tanta questão de ligar pra essa pizzaria.

E – Eu não sei de nada, moço, é o meu primeiro dia nesse emprego, juro. Meu pai vivia insistindo pra eu trabalhar. Se eu soubesse que era assim, já tinha começado criança.

PA – O trabalho dignifica o homem, meu filho.

(recomeçam os gemidos)

E – O negócio aí parece que vai longe. Dá pra abrir um espacinho pra mim? Tô com as pernas doendo.

(senta-se em meio aos dois. tenta acomodar o capacete e a embalagem de pizza.)

H – Não dava pra deixar essas coisas lá fora, não?

E – E eu sou besta? Meu kit de sobrevivência. Pode vir a terceira guerra mundial que eu não tomo na cabeça nem passo fome. (abre a embalagem) Alguém quer um pedaço? Já tá fatiadinha. E tem guaraná.

H – Pô, eu vou aceitar... bom pra forrar o estômago... sabe como é... exercício físico...

PA – Nem só de pão vive o homem... uma pizzazinha cai muito melhor.

(comem, bebem. Campainha. Os gemidos param. Eles aguçam o ouvido. Um policial fardado é jogado pra dentro do armário. Da cintura pra baixo está só de toalha. pausa)

PO – Muito bem, pessoal, estou só cumprindo a minha ronda...

E – Espero que o senhor não diga que veio dar uma dura...

PO – Na verdade, eu vim atender um chamado da vizinhança... ocorrência de barulho sexual em volume excessivo... deu nisso. (voltam os gemidos de fora do armário) Vocês estão aqui há muito tempo?

 PA – Desde de manhã.

H – A tarde inteira.

E – Acabei de chegar.

PO – Então são vocês que estão causando os barulhos!

H – Olha, seu guarda, com todo respeito, mas quem tava fazendo barulho era ela.

PA – Essa mulher está possuída, seu guarda.

E – Com ela a gente bota e leva chifre ao mesmo tempo.

PO – Mas não é possível. Isso não é humano. Alguma hora ela vai ter que parar. (pausa. Ficam ouvindo os gemidos) Felizmente eu sou um policial e fui treinado pra ocasiões como esta. (tira um baralho do bolso) Quem topa um buraquinho?

PA – Fechado ou tranca?

H – Eu embaralho.

PA - Duplas por ordem de chegada: eu e o amigo contra o guarda e o entregador.

PO – Valendo quanto?

H – O perdedor sai do armário. Alguém tem que resolver essa situação.

E – A mesa pode ser a caixa da pizza.

(se organizam com grande dificuldade no pequeno espaço. Começam a jogar. Campainha. Os gemidos param. Eles escutam, apreensivos. Um jogador de futebol com uniforme e bola é arremessado pra dentro do armário. Da cintura pra baixo está só de toalha. pausa)

PA – (virando-se) Desisti de acompanhar.

J – Eu só tava jogando na quadra aqui do lado, aí a bola caiu aqui, vim buscar, deu nisso.

PO – Pô, meu amigo, pede a ela pra te botar em outro armário. Esse aqui tá parecendo uma van da central às seis da tarde .

J – Agora é tarde. Acho que o marido chegou.

PA – Deus te ouça.

(os gemidos recomeçam. Eles ficam ouvindo)

J – Será que eles vão demorar muito? Eu tenho claustrofobia.

E – O tempo de entrega da pizza já estourou.

H – A gente não pode ficar aqui pra sempre.

PO – Vamos retomar o jogo. O perdedor sai do armário.

H – Não tem mais espaço pra jogar.

PO – Vamo no zerinho ou um.

(tiram zerinho ou um, quase sem mover os braços por falta de espaço. Jogam uma vez, duas, três.)

H – Ninguém perde, ninguém ganha. Não é possível!

PO – Isso não pode ficar assim! Alguém vai ter que sair e resolver essa situação.

PA – Mas e o marido?

PO – Que se dane! Uma coisa é certa: a gente tá em maior número.

E – Então quem vai primeiro?

(silêncio)

J – Vamos fazer uni-duni-tê passando a bola de um em um. Aquele que terrminar com a bola na mão, sai.

(começam a rodar a bola de um em um, fazendo uni-duni-tê, de forma lenta e nervosa, como se estivessem fazendo roleta russa. Quando o resultado está pra sair, toca a campainha. Param os gemidos. Eles se olham apreensivos. Um palhaço cheio de balões de aniversário é arremessado pra dentro do armário. Da cintura pra baixo, está só de toalha.)

H - O que é isso? A ilha de Lost?

(todos os celulares tocam ao mesmo tempo. pausa. Eles se olham. atendem)

VOZ EM OFF - Bem-vindos à corrida.

H – Que corrida?

VOZ EM OFF – A corrida pelo direito de nascer.

E – Que porra é essa? A mesma voz está falando com todo mundo ao mesmo tempo?

(o padre se benze)

VOZ EM OFF – Este armário é um portal de outra dimensão. Para aqui vem aqueles que estão prestes a retornar ao mundo.

PO – É isso que a gente quer, xará! Voltar pra nossa vida normal.

VOZ EM OFF – Mas só um de vocês poderá voltar.

(pausa nervosa)

PA – Mas como assim? E a minha paróquia?

E – E a pizzaria?

J – E o futebol?

PO – A minha cervejinha?

VOZ EM OFF – A vida de vocês não existe. É apenas uma ilusão criada para distraí-los. É tipo Matrix. Quer saber o que vocês realmente são? Olhem seus bolsos.

(devagar, eles olham nos bolsos. Os gemidos aumentam. Tiram e vestem máscaras de meias brancas que cobrem o rosto deixando olhos e boca de fora.)

PA – Nós somos...

H - ... espermatozóides?

J – Caralho!

PA – E você... o Criador...

VOZ EM OFF – Exatamente! O momento está chegando! Daqui a 20 segundos, vocês serão arremessados dentro de um túnel vaginal. Tratem de nadar o mais depressa possível. É comum nessa hora passar um filme do que será toda a sua vida na terra. Não se distraiam com ele, depois ninguém vai lembrar de nada mesmo. Nadem pela própria vida, pois só um de vocês conquistará... o direito de nascer! Iniciando a contagem... 10...9...

(os gemidos aumentam. Eles se preparam)

E – Peraí, gente, vocês tão levando isso a sério? Isso não faz o menor sentido!

VOZ EM OFF – E juntar todos vocês dentro do armário de uma igreja, faz sentido? 8... 7...

J – Mas se for verdade, como vai ser essa nova vida?

VOZ EM OFF – Parecida com a antiga: com um pouco de som é fúria, um pouco de mel e drama, e com um monte de mistérios que não se resolvem. Daqui pra frente é com vocês. 6... 5...

H – A minha vida antiga era uma merda mesmo...

PA – Na minha próxima vida não vou ser padre nem fodendo.

PO – Quem quiser que fique. E abra espaço pra quem sabe nadar.

VOZ EM OFF – 4... 3...

 (o palhaço distribui os balões de aniversário para cada um)

VOZ EM OFF – 2... 1... Comportas abertas! Faça-se a luz!

(Uma luz intensa começa a brilhar por cima deles. Eles soltam os balões de gás, que sobem devagar em direção à luz, enquanto os gemidos chegam ao clímax e as luzes vão morrendo.)  

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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Clube da Cena da segunda, dia 15/11

Terceira semana do Clube da Cena no Teatro das Artes (Shopping da Gávea).

As cenas que foram apresentadas:



Manchete: "100 alunos da escola britânica vão subir pela primeira vez uma favela"
Texto: PRIMEIRA CLASSE - de JÔ BILAC - Com Priscila Assum e Cristiana Pompeo 
Direção Susanna Kruger


Manchete: "Boliviana é presa ao tentar mandar múmia pelo correio"
Texto: A MÚMIA - de CRISTINA FAGUNDES - 
Com Jorge Neves, Thaís Lopes e participações
Direção Lincoln Vargas


Manchete: "Máquina de gravar sonhos é possível, diz cientista"
Texto: A MÁQUINA DE GRAVAR SONHOS - de CÉSAR AMORIM - 
Com Marcelo Dias e Bia Guedes 
Direção Wendell Bendelack


Manchete: "Internautas contam qual seria sua 1ª medida como presidente"
Texto: A HORA DOS CARRASCOS - de IVAN FERNANDES 
Com João Rodrigo Ostrower, Zé Auro Travassos, Ivan Fernandes e participações
Direção Ivan Fernandes


Manchete: "Estresse no trabalho engorda, revela livro"
Texto: POP DE ELITE - de LARISSA CÂMARA 
Com Flávia Espírito Santo, Renato Albuquerque, Fernando Melvin e participação
Direção Fernando Melvim


Manchete: "Sem noivo, taiwanesa pretende se casar sozinha"
Texto: AMOR PRÓPRIO - de LEANDRO MUNIZ 
Com Marcelo Assumpção e Maíra Kesten 
Direção Breno Sanches

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Abaixo, os textos e os vídeos das cenas escolhidas pelo público

A MÚMIA de Cristina Fagundes 

Agência de Correios – um enorme envelope em pé, está ao lado do balcão do atendente, como se estivesse sobre a balança. A atendente está pesando o envelope gigante. Música de suspense (algo meio Egito).
ATENDENTE – Credo! 60 kilos! Tem certeza que é sedex?
MARIA DE LOURDES: (confirma) Hum rum. Sedex 10 por favor.
ATENDENTE – (achando pesado) Meu são jerônimo! ... (observa) Olha aqui a senhora não preencheu o destinatário, a encomenda vai pra onde?
MARIA DE LOURDES: Egito.
ATENDENTE – Tá. Mas pra que lugar do Egito?
MARIA DE LOURDES: Pode ser uma pirâmide?
ATENDENTE: ... A senhora também não preencheu o remetente, qual o endereço da senhora?
MARIA DE LOURDES: (em relação ao endereço) Ah deixa sem mesmo, remetente pra quê né?
ATENDENTE: ... (TEMPO) Senhora, qual o conteúdo desse envelope?
MARIA DE LOURDES: (sobressaltada) Por quê?!
ATENDENTE: O que que tem aí dentro?
MARIA DE LOURDES: aqui dentro? Aqui?! é... (aflita - sem saber o que dizer)é... Bicho de pelúcia.
ATENDENTE: o quê?
MARIA DE LOURDES: É um ursinho de pelúcia. Por quê?
ATENDENTE: De 60 kilos?
MARIA DE LOURDES: É que é um ursinho gordo. É um ursinho de pelúcia obeso. È que eu tenho essa sobrinha gorda lá no Egito, ela é gorda, mas é bem bem gorda e daí eu pensei quem sabe né? se eu mandar esse ursinho gordo pra ela, quem sabe ela não se toca e começa a fazer um regime?
          
          NARRADOR:
Caro público, como eu detesto mentiras e aposto que vocês também, nós agora vamos voltar ao início dessa história para saber o que de fato está acontecendo por aqui. Bem, tudo começou quando uma estranha criatura apareceu na porta da casa do Seu Malaquias.
SOM DE CAMPAINHA: Seu Malaquias abre a porta e se depara com um ser exótico, quase um corcunda de filme de terror com algo do oriente também, com um embrulho estranho e enorme ao seu lado. Música de suspense.
MALAQUIAS: Pois não?
CORCUNDA: fala gromelô e gesticula agitado, apontando o enorme embrulho.
MALAQUIAS: O quê?
CORDUNA: repete seu gromelo, como se apresentasse o embrulho. E continua a gesticular.
MALAQUIAS: Ih gente. Oh Isaura, corre aqui. Que que ele tá dizendo?
CORCUNDA: (fala algo em gromelo pra ela, bem chiado. )
ISAURA: O quê?
CORCUNCA: (repete de novo o que disse.)
ISMÊNIA: (Ofendida) Gostosa é a tua mãe! (dá um tapa estalado na cara da criatura que sai correndo e amaldiçoando-os em sua língua - O embrulho fica na porta.)
MALAQUIAS: Que isso Isaura? E agora?
NARRADOR: Seu Malaquias guardou o embrulho esperando que a estranha criatura voltasse para buscá-lo mas, como isso não aconteceu no dia seguinte, curiosos, eles decidiram ver o que tinha dentro.
MALAQUIAS ABRE O EMBRUHO E SE DEPARAM COM UMA MÚMIA.
MALAQUIAS: Olha isso amor! É uma múmia!
ISAURA: Eca, que nojo.
MALAQUIAS: Uma múmia de verdade! Por isso esse fedor horrível!
ISAURA: que fedor?
MALAQUIAS: Esse cheiro de bacalhau com anchova.
ISAURA: Malaquias isso é o suflê que eu to preparando pra você.
MALAQUIAS: Ah, tá. É o suflê... Que bom, Isaura, que bom...(ele detesta o suflê mas disfarça) Mas e agora? O que que a gente faz com ela?
ISAURA: Manda pro museu.
MALAQUIAS: E se a gente ficasse com ela?
ISAURA: Nem pensar! De jeito nenhum.
MALAQUIAS: que mal tem?
ISAURA: Ou ela ou eu.
MALAQUIAS: Mas essa múmia é uma preciosidade! Uma preciosidade!
NARRADOR: Isaura estava casada com Malaquias há tempo o suficiente para saber que quando ele falava que algo era uma preciosidade não adiantava mais discutir. Então Isaura cedeu. Mas não sem represálias.
A múmia tá na sala. Isaura passa e joga um copo d´água nela.
ISAURA: Ah, caiu.
NARRADOR: Isaura implicava com a múmia de todas as formas, deixava-a no quintal ao relento em noites de chuva, obrigava-a a assistir Super Pop, mas como ela nunca reagia, Isaura começou a se cansar e passou até mesmo a simpatizar com ela. E, aos poucos a múmia foi se tornando sua grande companheira.
(Isaura do lado da múmia comendo pipoca, emocionada vendo uma novela)
ISAURA: Viu, eu te falei que eles iam acabar juntos! Não falei? Eu sabia! Ele é tão lindo!
Todas as tardes enquanto Malaquias trabalhava as duas se divertiam.
(jogando baralho – cartas na mão da múmia)
ISAURA – Bati!
Narrador: Mas que sua companheira, a múmia foi se tornando sua confidente:
ISAURA – ... e eu gosto do Malaquias de óculos por que aí parece que ele é inteligente. Mesmo que seja uma ilusão, e daí? já é bom né?
NARRADOR: a intimidade entre as duas foi crescendo ... (em outro lugar, como se fosse outro momento) ... A mãe do Malaquias tem bigode, vc acredita?
NARRADOR: as confidências foram aumentando... (elas em outra situação) o Malaquias quase não tem cabelo lá embaixo sabia? Parece um curumim.
NARRADOR: Em pouco tempo Isaura e a Múmia se tornaram amigas de infância. Já não havia mais segredos entre elas:
ISAURA: (contando segredo para a múmia) às vezes quando eu... to com o Malaquias eu finjo sabia? (imita) ah,, ah... sabe? .. O quê? Você também finge?
NARRADOR: Até que um dia, sentindo-se especialmente amoroso e bem disposto, Malaquias saiu mais cedo do trabalho, passou na livraria da esquina e comprou um livro de receitas perfumadas para dar a Isaura. Nunca mais ela faria bacalhau com anchovas para ele, pensou, otimista, ao entrar em casa com seu presente na mão. Mas...
(MALAQUIAS entra e se depara com as duas abraçadas, fumando cigarro)
MALAQUIAS – Isaura? Que isso?!
ISAURA – Malaquias, me escuta...
MALAQUIAS – Você tava com essa...
ISAURA – Malaquias...
MALAQUIAS – Eu vou jogar fora essa coisa fora agora mesmo!
ISAURA – (cresce pra cima dele) Não vai não! Não vai!
MALAQUIAS – Sai da frente!
ISAURA – Pára com isso Malaquias!
MALAQUIAS - Ou ela ou eu!
ISAURA – Será que você não entende? Você não pode fazer isso! Não pode! Nossa múmia é uma raridade! Uma raridade!
NARRADOR: Malaquias estava casado com Isaura há tempo o suficiente para saber que quando ela dizia que algo era uma raridade, não adiantava mais discutir. Então, Malaquias cedeu, mas foi atingido em cheio em sua masculinidade. E é aí que entra Maria de Lourdes.
(em outra casa Malaquias com uma mulher)
MARIA DE LOURDES: Mas que desculpa furada é essa Malaquias? Negar fogo por causa de uma múmia? Ah tá bom!
MALAQUIAS: Elas agora só vivem de mãos dadas Lourdes! De mãos dadas!
MARIA DE LOURDES: Malaquias escuta aqui, você tem que relaxar, tá me ouvindo? Você vai querer competir com uma múmia? Ela tem 2 mil anos a mais de experiência do que você Malaquias. 2 mil anos!! Imagina o que que ela não tá ensinando pra Isaura?
MALAQUIAS: (doído) Elas jogam buraco sabia?
MARIA DE LOURDES: Olha aqui, esquece essa múmia, esquece a Isaura, a Isaura já era! E toca a sua vida Malaquias, faz alguma coisa!! Eu sou amante, poxa, eu sou amante! Eu não sou esposa não! Eu preciso de sexo! Vem cá, vamos resolver logo isso...
MALAQUIAS: (obcecado com a múmia) Ela fica lá embrulhada naquela múmia, gemendo... eu acho que elas fazem sexo tântrico, porque elas.. (irrompe num choro) eu não agüento mais...
NARRADOR: Maria de Lourdes era administradora e com seu espírito objetivo, compreendeu rapidamente que para recuperar a saúde sexual de seu amante seria preciso dar um jeito naquela múmia. Então, naquela mesma noite Maria de Lourdes invadiu a casa de Malaquias com sua chave extra e roubou a múmia. Não foi fácil pois Isaura dormia abraçada com ela. Estavam peladas Isaura e a múmia cobertas apenas por ataduras. Na manhã seguinte Maria de Lourdes se dirigiu ao correio mais próximo com seu estranho pacote.
VOLTAMOS AO CORREIO ONDE HÁ A REPETIÇÃO DE MESMO TRECHO DO DIÁLOGO.
MULHER: É um ursinho de pelúcia. Por quê?
ATENDENTE: De 60 kilos?
MARIA DE LOURDES: É que é um ursinho gordo. É um ursinho de pelúcia obeso. È que eu tenho essa sobrinha gorda lá no Egito, ela é gorda, mas é bem bem gorda e daí eu pensei quem sabe se eu mandar esse ursinho pra ela ela não se toca e começa a fazer um regime?
ATENDENTE: .... (a atendente pensa em tudo que foi dito) E se ela comer o ursinho?
MARIA DE LOURDES: Como assim?
ATENDENTE: Ah, sei lá, gordo come tudo.
MARIA DE LOURDES: (cansada do papo-furado da outra) Minha filha, vamos mandar logo isso, tá bom? Eu preciso ajudar essa minha sobrinha gorda antes que ela explo.../
POLICIAL: (interrompe) Senhora Maria de Lourdes Esperança?
MARIA DE LOURDES: Sim?
POLICIAL: Você está presa.
MARIA DE LOURDES: Como assim?
POLICIAL: A senhora vai responder por tentativa de envio de múmia pelo correio.
MARIA DE LOURDES: Múmia? Que múmia?! Isso é um ursinho!
PABLO: Não adianta negar! Nós já sabemos de tudo Maria de Lourdes.
MARIA DE LOURDES: Pablo?!
PABLO: Você tá me traindo com o Malaquias.
MARIA DE LOURDES: Mas que Malaquias?
PABLO: O da múmia. E agora você quer se livrar desta múmia só pra ele recuperar a auto-estima e voltar a te pegar. É ou não é?
MARIA DE LOURDES: Múmia? Mas que múmia? Isso é um ursinho!
PABLO: Maria de Lourdes, como você é dissimulada... mas agora você não me engana. Já faz um tempo que eu venho te seguindo. E agora eu te peguei direitinho. Agora eu quero ver você explicar essa múmia aí pra polícia!
MARIA DE LOURDES: Que múmia? Isso é um ursinho!!
NARRADOR: A vingança de Pablo deu certo e Maria de Lourdes foi parar na prisão mas, como todo criminoso, continua negando seu crime até hoje. (agora são flashes das cenas - instantes).
MARIA DE LOURDES: (NA PRISÃO) Que Múmia? Era um ursinho!
NARRADOR: Pablo logo se recuperou do chifre de Maria de Lourdes pois se apaixonou por Margareth, a atendente do correio. (aparecem os dois se beijando).
NARRADOR: E, sem a presença da famigerada múmia, tudo voltou ao normal entre Malaquias e Isaura.
ISAURA: Amor, fiz um suflê de bacalhau com anchovas pra você!
MALAQUIAS: (sofrendo mas feliz de tá com ela) Ah, que bom Isaura, que bom!
NARRADOR: E o policial, bem, o policial ficou responsável por guardar a múmia na noite do crime.
POLICIAL (chegando em casa) Olha só Consuelo, é uma múmia.
Consuelo – Eca que nojo!
POLICIAL – e se a gente ficasse com ela?
CONSUELO – Nem pensar!
POLICIAL – Que mal tem?
CONSUELO – Ou ela ou eu!
POLICIAL: Mas essa múmia é show de bola Consuelo! Show de bola!
NARRADOR: Consuelo estava casada com o policial há tempo o suficiente para saber que quando ele falava que algo era show de bola não adiantava mais discutir. Então Consuelo cedeu... e foi aí que tudo recomeçou. (musica de suspense, é como se a maldição fosse começar toda de novo)

FIM

Clique no link e veja a cena:




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Pop de Elite
Larissa Câmara


(Nota da autora: a cena é uma paródia de programas de calouros, estilo ídolos, brincando com a linguagem do filme tropa de elite. O apresentador deverá agir como capitão Nascimento com os concorrentes)
Apresentador: Uma péssima noite pra todos vocês! Hoje o pop de elite irá revelar o novo talento musical do país. Mas eu não estou aqui pra ficar falando... Falar muito é coisa pra mulher e pra homem frouxo. (tom) Eu declaro aberto o concurso pop de elite!
(áudio coro de vozes masculinas: Nunca serão)
Apresentador: Que entre o primeiro candidato... Se tiver coragem.
(Entra um homem 1 caminha até o pedestal que está no centro. Olha pra platéia por um tempo constrangedor. Começa a tremer a perna. Coloca a mão no olho segura uma lágrima contida e sai do palco)
Homem 1: (saindo e chorando) Ai, desculpa gente! Desculpa!
Apresentador: Esse aí não tinha merda no cu pra cagar! Pra ser ídolo pop tem que ter culhão. (tom) Que entre o segundo candidato.
(Entra um homem vestido de Lady Gaga)
Apresentador: Você tá achando que isso aqui é concurso de fantasia?
Homem Lady: Não, senhor apresentador.
Apresentador: Você não tem medo de envergonhar sua mãe vestido dessa maneira ridícula?
Homem Lady: Eu não tenho mãe... (quase se emociona)
Apresentador: Você acredita que pode ser um pop de elite?
Homem Lady: Sim!
Apresentador: Sim, senhor!
Homem Lady: Sim, senhor!
Apresentador: (falando muito perto do candidato e quase sacudindo ele) Você acha que vai conseguir cantar? Ninguém vai querer ouvir você usando essa roupa escrota? Todo mundo aqui sabe que você é um cantor de chuveiro cafona e sem talento. Quer desistir?
Homem Lady: Não...
Apresentador: Não, senhor!
Homem Lady: Não, senhor!
Apresentador: Qual é o seu talento?
Homem Lady: (fala baixo) Eu canto, danço e represento.
Apresentador: Repete se for homem, Qual é o seu talento?
Homem Lady: (baixo) Eu canto, danço e represento.
Apresentador: Eu não estou ouvindo sua voz, seu animal! Qual é o seu talento?
Homem Lady: (grita com voz máscula) Eu canto, danço e represento (fala meio bicha) Ai , caralho!
Apresentador: Fale uma frase pro público que vai votar em você!
Homem Lady: (respira) Tudo o que eu quiser... o cara lá de cima vai me dar... (emotivo) Xuxa sempre!
Apresentador: Que comece a apresentação!
(Mudança de luzes entra uma música de Lady Gaga, pode ser Alejandro ou Bad Romance. Homem Lady começa imitando muito bem a coreografia. O público acha que ele pode vencer e de repente e inesperadamente ele cai do palco)
Apresentador: É isso o que eu chamo de se lançar... no mercado! É cada um que me aparece. (tom) Que entre a próxima candidata se tiver estômago!
(Entra uma candidata gordinha muito simpática que não irá se ofender, nem se abalar com o apresentador. Ela acena muito carismática para a platéia)
Apresentador: Estou vendo que uma coisa que você tem é estômago!
Candidata: Tenho sim, graças a Deus.
Apresentador: Você acha que pode ser uma pop de elite (tom) com esse tamanho?
Candidata: Eu acho... que tamanho não é documento.
Apresentador: Você tá achando que eu sou palhaço?
Candidata: Não, o senhor é super sério.
Apresentador: (segurando candidata. Tom á la pra pede pra sair do tropa de elite) Todo mundo aqui sabe que você assalta a geladeira de madrugada! Seu sangue é pura gordura. Cai fora daqui vá brincar de rodeios com seus colegas. Eu vou fazer você desistir. Pede pra sair, rolha de poço! Pede pra sair. (cospe nela)
(Candidata coloca a mão no local do rosto aonde o apresentador cuspiu. Pausa. Respira. Passa a mão no rosto)
Candidata: (tom. Séria e contida) O senhor não vai acreditar: eu também
(simpática) uso creme dental sorriso. Que coincidência.
Apresentador: Você vai continuar infeliz?
Candidata: Vou, sim senhor. A propósito, eu não sou infeliz, eu sou super alto astral!
Apresentador: Você é muito fanfarrona. Tá achando que vai me dobrar? Cai fora daqui! Vai embora! Tem um letreiro de neon piscando na sua testa: LOOSER. Aaaaaa! UUUUU! Vá embora daqui! Saaaai! (tom) Por que você não desiste?
Candidata: (emocionada. Pode entrar uma vinheta brega incidental) Porque eu tenho talento!
(Apresentador tem um ataque louco de raiva estilo seu Madruga. Joga o chapéu do uniforme no chão e pisa em cima)
Candidata: Desculpa comentar, mas O senhor não devia fazer isso...
Apresentador: O que é que você ta falando, bolinha de queijo?
Candidata: Estresse no trabalho engorda, senhor!
Apresentador: Eu não perguntei nada pra você.
Candidata: Eu sei, só quis te dar um toque, senhor. (pausa) Posso cantar?
Apresentador: Se eu não gostar já sabe... Vai pro paredão de fuzilamento.
Candidata: Eu vou tentar.
Apresentador: (puto) Senhoras e senhores aplausos para a candidata!
(Ela muito simpática agradece e acena para a plateia. Entram figurantes do paredão de fuzilamento. Começa música “Jeito Sexy” do grupo Fat Family. Aos poucos o pessoal do fuzilamento curte a música e compõem como bailarinos muito afetados um gran finale com a candidata)
Apresentador: E o pop de Elite tem uma vencedora!
(candidata sorri e pisca pra plateia)
FIM


Clique no link para ver a cena:





terça-feira, 9 de novembro de 2010

Segunda semana do Clube no Teatro das Artes

A semana dois contou com as seguintes cenas:

Orgão Fácil, de Leandro Muniz.

 Inspirada na manchete: 

"Anatomista alemão vende partes reais de corpos pela internet"
 Yahoo Notícias, de 22 DE outubro 


O Cuco Adormecido, de Diego Molina 

Inspirada na manchete:
  
"Milhares de Brasileiros tem dinheiro esquecido em bancos"
Site G1 de 22 de outubro


Crimes do Coração, de Cristina Fagundes

 Inspirada na manchete:
 
"Horóscopo - Mercúrio traz de volta preocupações com amores do passado? Há assuntos mal resolvidos?"
Folha ONLINE de 22 de outubro


A Vida é Feita de Mel e de Drama, de Renata Mizrahi 

 Inspirada na manchete:

 "Concurso de beleza reúne travestis e transexuais nas Filipinas"
 Site G1 de 22 de outubro


Bonnie e Clyde by Tarantino, de Ivan Fernandes 

 Inspirada na manchete:

"Mulher é presa nos EUA após assaltar o próprio marido.
 'Me dá o dinheiro ou te mato', disse a mulher"
Site G1 de 22 de outubro


O Sistema é a Babilônia, de Larissa Câmara

 Inspirada na manchete:

"Polícia apreende traficante de 12 anos em SP"
 Site G1 de 22 de outubro



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Abaixo os vídeos das cenas que o público mais gostou!
         
    


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A VIDA É FEITA DE MEL E DRAMA - de Renata Mizrahi