Abaixo, uma pequena palhinha da noite.
A REVELAÇÃO, de Carla Faour - música Gita
com Pia Manfroni e Cacau Berredo – direção Alexandre Bordallo
EU QUASE DISSE SIM, de Cesar Amorim - música Cowboy Fora da Lei
com Marcelo Dias e Thais Lopes - direção Márcio Libar
AONDE VOCÊ PENSA QUE VAI, de Renata Mizrahi - música Carimbador Maluco
com Cristina Fagundes e Jorge Neves – direção Fernando Melvin
MALUCO , BELEZA? de Leandro Muniz - música Maluco Beleza
com Maíra Kesten e Zé Auro Travassos – direção Lincoln Vargas
UM TAPA NO CHAPEUZINHO, de Ivan Fernandes - música Como Vovó Já Dizia
com Ana Paula Novellino e Marino Rocha – direção Cico Caseira
ELIXIR DO AMOR, de Cristina Fagundes - música Metamorfose Ambulante
com Alexandre Barros e Mariana Santos – direção Wendell Bendelack
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E as cenas escolhidas pelo público como as preferidas da noite, foram:
Música: Como Vovó Já Dizia, Raul Seixas
UM TAPA NA CHAPEUZINHO
De Ivan Fernandes
A vovó em casa, com som alto (Pink Floyd). Batidas na porta.
V - Quem é?
CH – (de fora) Sou eu, vovó!
V - Espera só um segundinho. (bota um óculos escuros) Pode entrar!
(entra Chapeuzinho Vermelho)
CH - Ai, vovó, que som alto! (abaixa)
V - Que surpresa, Chapeuzinho...
CH - Mamãe pediu pra trazer esses doces.
V - Corta esse papo furado. Sei muito bem que a minha filha te manda aqui pra me espionar. Ela acha que eu não sei cuidar de mim sozinha.
CH - E por acaso sabe? Olha só, vovó, mas que bagunça essa casa! Os lençóis todos pelo chão... (começa a arrumar a casa) Isso é um perigo, se a senhora tropeça...
V - Deixa isso aí, Chapeuzinho. Amanhã a Gata Borralheira arruma. A madrasta dela liberou a pobrezinha pra fazer um bico de diarista pra mim.
CH - A senhora lembrou de tomar todos os remédios?
V - Não, minha filha, minha memória tem andado péssima, não sei o que pode ser isso.
CH - E me diga, pra que esses óculos escuros tão grandes dentro de casa, vovó?
V - Porque acabou o colírio, Chapeuzinho. Essas luzes todas fazem mal aos olhos. Mas esses doces chegaram em boa hora. Passa pra cá. (pega a cestinha e come, com larica)
CH - (farejando) A senhora deixou alguma coisa no forno? Tá um cheiro de queimado...
V - (passando spray de bom-ar) É que aqui na floresta tem muita queimada. É um absurdo. Fica esse cheiro de mato queimado. Já acabou o inquérito? Então, senta, relaxa! Destensiona, menina! Você tá na casa da vovó! Aqui é um território livre! Veja como são lindas as flores. Pare para ouvir os passarinhos. E tira esse chapeuzinho, faz você parecer uma colegial.
CH - Mas eu sou a heroína desta história, vovó.
V - Não seja besta de tirar onda de heroína, minha netinha... esse negócio de moça direita é uma canoa furada! A sua mãe foi direita a vida toda e apesar dos doces, é tão amarga... Já eu, queimei meu sutiã, fui pra woodstock e sou feliz até hoje!
CH - Por falar na mamãe, a gente estava pensando... está meio difícil pra senhora se cuidar sozinha... sabe, permanecer aqui, isolada, na floresta... por que a senhora não vem morar com a gente?
V - De jeito nenhum! Eu estou muito bem aqui, com a minha casa, minhas ervas naturais, meus amigos.
CH - Amigos? A senhora tem amigos?
V - É claro, ora. Você acha que eu estou enterrada? Estou velha mas não estou morta!
CH - Mas vovó, isso é muito perigoso. As pessoas se aproveitam dos idosos.
V - Não é bem um amigo...
CH - Como assim?
V - A gente tá... ficando...
CH - A senhora quer dizer... um namorado???
V - Calma, menina... não vamos apressar as coisas... a gente ainda tá se conhecendo, se curtindo...
CH - Mas meu Deus, o que é que os outros personagens de contos de fadas vão pensar disso?
V - Que o nosso amor é proibido e desafia todas as convenções. Como deve ser o amor de verdade.
CH - E posso saber quem é esse namorado? Ele tem alguma posição, alguma colocação? Ele trabalha?
V - Bom, ele...
CH - Ele...
V - Ele vive aqui na floresta...
CH - Um pobre! Era só o que faltava! A senhora acha que ele tá de olho em quê, vovó? Na sua casa, claro!
V - Ele é boa pessoa! Quer dizer, não é bem uma pessoa...
CH - Como assim? vovó?? Não vai me dizer que a senhora...
V - É melhor você conhecer logo ele. (para dentro) Josenilton! Pode dar um pulinho aqui, meu bem!
CH - (sussurra, escandalizada) Ele tá aqui?!
V - Você não avisou que vinha!
(aparece o Lobo Mau, envolvido numa toalha, também de óculos escuros)
L - Salve, salve, Chapeuzinho! Hum! Será que sobrou algum doce? (vasculha na cesta)
CH - Mas... mas... é o... o Lobo! O Lobo Mau!?
V - Eu te disse, Josenilton, esse preconceito te acompanha onde você vai. José Nilton é um lobo bom, trabalhador, minha netinha! Ele me ajuda tanto. Ontem, mesmo, tinha uma pantera rondando a casa... pois Josenilton deu um tapa na pantera e afastou o perigo!
CH - Vovó... a senhora se juntou ao meu... ao meu pior inimigo?
L - Escute, Chapeuzinho, eu sei que temos um passado, mas a vida continua, você precisa superar isso...
CH - Cale essa boca, seu conquistador imundo! Nem a minha avó você alivia?
V - Não fale assim, minha filha. Uma mulher como eu, na idade da loba, precisa mesmo de um par.
CH - Mas... vovó... nós somos exemplo para milhares de crianças!
V - Pois bem, criançada! Escutem a dica da vovó: é melhor se entender com os lobos do que passar a vida sonhando com os príncipes! Não viram o que aconteceu com a Bela Adormecida? Esperou mais de cem anos!
(batem na porta. Chapeuzinho abre. Entra o caçador)
CA - Tudo bem por aqui, vovó? Ouvi música muito alta! Tem alguma coisa queimando no forno?
V - Só faltava essa! O chato do caçador!
L - Ih! Sujou!
CH - O lobo está ali, seu caçador! Seduzindo uma pobre e indefesa velhinha!
V - Opa! Indefesa não! Eu fui pra Woodstock! Eu queimei meu sutiã! Eu tenho perfil no Facebook! Quem manda nessa história sou eu!
CH - Opa! Eu sou a principal! É o meu nome que está no título! É o meu chapeuzinho que está a venda nas lojas!
V - Você não é mais criança, menina! Para de falar como se apresentasse um programa infantil! A sua mãe te trata como se você fosse uma bonequinha guardada numa caixa! Você vai acabar igual a ela, entupida de botox e prozac. Tira essa capinha ridícula e vai cair no mundo! Ouve o que a sua vó diz!
CA – (para o Lobo) Você não acha que eu tenho que tomar uma atitude?
L - Que é isso, cara? Vai se meter no meio de duas mulheres brigando? Quem vai acabar apanhando é você!
V - Por exemplo, você, Caçador! Em vez de ficar perseguindo o pobre Josenilton, porque não convida a Chapeuzinho pra sair?
CA - Eu?
CH - Mas vovó!
CA - Eu sempre tive admiração por Chapeuzinho, mas...
V - Então pronto! Tem uma boate excelente no pântano dos aligators!
CH - Mas o pântano é sinônimo de música ensurdecedora, de drogas, de depravação!
V - Então, vocês vão se divertir muito por lá! (bota os dois pra fora. Para o Lobo) Enfim, sós!
L - Ahn, amorzinho, sabe o que é, esta confusão toda me deixou tão cansado! Será que sobrou algum doce?
V - Já cansado? Mas você é tão jovem! Ainda temos a noite toda pela frente!
L - A noite toda? Mas fazem dois dias inteiros que a gente não sai daquele quarto! E sabe o que é, hoje tem aquele jogo e eu...
V - Não acredito que você vai me trocar por futebol depois de dois diazinhas de sexo apressado!
L - É que hoje é a final! E eu apostei no time dos urubus!
V - Apostou? Com que dinheiro? Não vai me dizer que foi com a prestação da casa!
L - Não se preocupe, amor, eu recupero, o jogo tá moleza pros urubus! (sai)
V - Josenilton! Volte aqui! Josenilton! Não! (cai em prantos) Eu fui pra Woodstock, eu queimei meu sutiã, eu marchei pelas diretas, mas tem uma coisa que não muda: é dos canalhas que elas gostam mais! (chora. Batem na porta, ela atende) E não adianta me pedir desculpa, essa foi a última vez... hein? (entra Barba Azul) Barba azul?
B - Eu estava passando por aqui, vovó, vi suas luzes acesas e pensei em convida-la para um café no pântano dos Aligators.
V - Jura? No pântano? Por que não? Me dê só o tempo de botar meu casaquinho. Lá faz frio!
B - Ora, para isso eu tenho braços grandes e fortes!
(ela ri, encabulada, veste um casaco de couro estilo hell’s angels e se encaminham para a porta)
B - Será que tem fila na porta?
V - Ah, não se preocupe, Barba Azul. É como vovó já dizia: a fila anda!
(saem)
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ELIXIR DO AMOR de Cristina Fagundes
Cena inspirada no universo neurótico, cínico e divertido de Woody Allen.
MULHER ENTRA NUM CONSULTÓRIO, UM HOMEM ESTÁ SENTADO NUMA MESA.
MULHER: Doutor Istvan.
DOUTOR: Dona Lídia.
MULHER: Minha amiga me falou das habilidades do senhor com doenças raras. Ela me disse que o senhor utiliza métodos pouco convencionais mas que o senhor faz milagres então/...
DOUTOR: Sente-se.
MULHER: (SENTA) Obrigada. (tempo) ... bem, eu já fui a diversos médicos mas nenhum até hoje... Bom eu achei que talvez o senhor... /
DOUTOR: Abra a boca. (examina)
MULHER: (aflita e com a boca aberta) Eu preciso tanto da sua ajuda, doutor Istvan.
DOUTOR: (tempinho, ele a examina) Você tem sentido algum mal estar físico?
MULHER: Não.
DOUTOR: Sente dor?
MULHER: Não.
DOUTOR: Enjôos? Fadiga? Nada?
MULHER: (nega) Hum hum.
DOUTOR: Flatulência?
MULHER: (reluta, tímida) Só quando eu como ervilha.
DOUTOR: Ervilha? Curioso. Comigo é quando eu como feijão. Mas faz sentido... faz sentido, ervilha não deixa de ser um feijão não é?
MULHER: (achando aquele papo meio estranho) é...
HOMEM: Agora me fale sobre a sua doença.
MULHER: (toma coragem) Eu não consigo me apaixonar doutor.
DOUTOR: Hum rum... (anota num caderno) Não se apaixona...
MULHER: Simplesmente não consigo. Acho que sou defeituosa para o amor, isso, acho que eu tenho algum tipo de defeito que me impede de amar.
DOUTOR: E desde quando isso vem acontecendo?
MULHER: Desde sempre. Nunca me apaixonei.
DOUTOR: Nem na adolescência? Nenhum suspiro? Nenhum amor platônico?
MULHER: Nada. Nunca gostei de ninguém. Mas eu quero mudar doutor, a partir de hoje eu quero ser outra mulher, eu quero me apaixonar. Eu quero sentir o que é isso que todo mundo fala. Meu deus eu sou uma mulher. Deveria querer me casar, ou no mínimo já ter sofrido por amor. Toda mulher sofre por amor,mas eu não. Eu nunca! Então eu não posso ser normal, entende? Nunca derramei uma lágrima por homem nenhum. Eu tenho um coração de pedra! De pedra! O senhor tem que me ajudar! (desesperada sacode-o pela camisa).
DOUTOR: Calma Dona Lídia, calma, por favor, solta a minha gola, por gentileza sim? Isso, bem melhor.
MULHER: Mas eu posso mudar, não posso doutor? Todo mundo tem direito de se transformar numa pessoa diferente se quiser não é mesmo?
DOUTOR: Hum rum.
MULHER: Eu não quero mais ser essa mulher fria. Eu preciso saber o que é o amor Doutor!
DOUTOR: Sim, sim. Algum namorado?
MULHER: Já tive 5. Mas não gostei de nenhum. De nenhum!
DOUTOR: Algum relacionamento mais sério?
MULHER: Fui noiva de um militar.
DOUTOR: Foi?
MULHER: Fui. Não sou mais.
DOUTOR: O que houve?
MULHER: Eu não gostava dele, então achei melhor acabar.
DOUTOR: E como ele reagiu?
MULHER: Bem... mas disse que vai me matar.
DOUTOR: Te matar?
MULHER: È, ele cismou com isso.
DOUTOR: Você se sente ameaçada por ele?
MULHER: Claro. Frederico não mente. Todo homem mente, mas Frederico não. Frederico é honesto. Tão honesto que parece até mulher. Deve ser por isso que eu não gosto dele. (procura algo na bolsa) (encontra o que procurava)... Olha aqui, ó. (mostra uma arma).
DOUTOR: Que isso?
MULHER: É pra me defender dele. Frederico não mente mas é muito agressivo. Teve uma mãe repressora, coitado. Ela era dentista. (olha no olho dele – tempinho) O senhor precisa me ajudar doutor Istvan, minha amiga me assegurou que o senhor tem a cura pra tudo. Pra tudo!
DOUTOR: Por favor guarde isso D. Lídia. (ela larga a arma na mesa)
MULHER: Liberta meu coração doutor!
DOUTOR: Dona Lídia, calma, me escuta. Calma! Eu tenho algo aqui que talvez.. mas pode ser arriscado.
MULHER: Não faz mal, eu não me importo!
DOUTOR: (pega um frasco antigo e coloca em cima da mesa na frente dela) Se você tomar isso, não tem volta, você compreende o que isso significa? Essa poção não tem antídoto. Ela vai agir no seu sistema nervoso central e você vai passar por uma verdadeira metamorfose emocional, você está disposta a isso?
MULHER: Sim, por favor!
DOUTOR: (se vira de costas para pegar um papel para anotar as recomendações) Você vai ter fazer exatamente como eu mandar, é muito importante que você siga corretamente as minhas orientações porque senão ... (percebe que ela bebeu a poção) O que que você fez?!! Você bebeu isso? Você bebeu a poção?
MULHER: (tímida) bebi.
DOUTOR: Você não podia ter feito isso! E agora?
(ela começa a tossir, a passar mal). Dona Lídia. Calma! Respira, isso.
MULHER: Ai, meu coração doutor... ele tá acelerando...
DOUTOR: O que que você tá sentindo?
MULHER: Ai, uma palpitação aqui... (TEMPO - CHAMA)Doutor.
DOUTOR: Sim?
MULHER: (tempo – olhos nos olhos) Eu te amo!
DOUTOR: Ai, eu sabia! É a poção.
MULHER: Eu te amo tanto! Eu amo te amar... eu amo amar te amar...eu amo amar amar te.../
DOUTOR: Cristo! Você não podia ter bebido a poção e olhado para mim.
MULHER: Mas eu adoro te olhar, eu quero te olhar pra sempre Istvan! Vem aqui pertinho vem!
DOUTOR: Dona Lídia, presta atenção, você não me ama, isso é o efeito da poção que eu te dei, você tá me entendendo?
MULHER: Adoro esse seu botão (da camisa), ai que barriga linda, ó, você é tão másculo Istvan! Vem cá meu amor!
DOUTOR: Escuta: você não me ama, você acha que me ama porque tomou a poção do amor.
MULHER: ó Istvan, o que é que você esconde aí embaixo hein? (se refere à calça dele – dá uma patolada nele).
DOUTOR: Dona Lídia, por favor!
MULHER: Me beija, meu amor! Me beija!
DOUTOR: Dona Lídia, me escuta, essa poção não tem cura, então a senhora vai ter que aprender a administrar seu amor por mim, você tá me ouvindo?
MULHER: (concorda) Hum rum. Faça amor comigo Istvan!
DOUTOR: Pare com isso. Dona Lídia por favor!
MULHER: Mas por que Istvan? Você não me acha atraente?
DOUTOR: Você tomou um gole grande disso?
MULHER: Ò Istvan, eu quero tanto te morder! I Love you! Je t´aime Istvan! Faça amor comigo agora, eu te suplico! (ela salta em cima dele, perigosa, tarada).
DOUTOR: Dona Lídia, que isso?!
MULHER: Vem aqui! Hein? Que que custa?
DOUTOR: Eu não posso... ai, tira mão daí Dona Lídia!
MULHER: Mas por que Istvan? Por que que você tá me maltratando assim?
DOUTOR: Ai, assim você me machuca!
MULHER: E se eu disser que tenho uma coisa pra te mostrar hein Istvan? (começa a abrir a blusa)
DOUTOR: Eu não quero ver nada Dona Lídia. Nada!
MULHER: Mas por que Istvan? Por quê?! Olha isso aqui Istvan! (tenta mostrar a calcinha mas ele a segura).
DOUTOR: Chega! Dona Lídia, Chega! Agora presta atenção, olha pra mim.
MULHER: ò istvan, eu amo te olhar. Eu amo amar te olhar, eu amo amar amar te.../
DOUTOR: Presta atenção no que eu vou te falar: eu sou gay, você entendeu agora? Eu sou gay!
MULHER: (pára) o quê?
DOUTOR: Eu nunca vou poder corresponder ao seu amor, eu sou gay Dona Lídia. Gay desde menino.
MULHER: Mas Istvan...
DOUTOR: Eu paquerava os meninos no banheiro da escola.
MULHER: Ò Istvan, que horror!
DOUTOR: Eu sinto muito.
MULHER: Mas você não pode mudar isso?
DOUTOR: Dona Lídia, não existe ex-gay.
MULHER: Faz esse esforço, por mim... ó Istvan, o que vai ser de mim?
DOUTOR: Dona Lídia, por favor...
MULHER: Eu te amo tanto.
DOUTOR: Eu sei, mas o que que eu posso fazer? Eu não posso me transformar em outra pessoa, eu queria te ajudar mas essa é a minha orientação sexual e/
MULHER: (aponta arma pra ele) Era.
DOUTOR: Como assim era?
MULHER: Beba isso, Istvan. Ainda resta um gole.
DOUTOR: Mas...
MULHER: Bebe agora.
DOUTOR: Você tá falando sério?
MULHER: Eu sou uma mulher apaixonada Istvan. E desesperada.
DOUTOR: (bebe e começa a passar mal). Ai..
MULHER: Istvan! O que que você tá sentindo? Me fala!
DOUTOR: Raiva. Você não podia ter feito isso comigo.
MULHER: Desculpa Istvan.
DOUTOR: Eu gostava tanto de ser gay!
MULHER: Gostava? Mas então você não gosta mais?
DOUTOR: Me dá um beijo Lídia! Um beijo de língua! Eu quero um beijo melado!
MULHER: Ó Istvan! Vou te dar um beijo sim! Um beijo bem babado!
DOUTOR: Ó Lídia! Que beijo molhado!
MULHER: ò Istvan, eu estou toda babada! Toda babada!
DOUTOR: Ò Lídia, eu te amo tanto!
MULHER: E eu amo te amar.
DOUTOR: E eu amo amar te amar...
MULHER: E eu amo amar amar te.../ (eles vão continuar a falar que amam amar etc e tal por um tempão...mas a luz vai caindo.)
fim.
Clique aqui e assista a cena no youtube.
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